quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A NECESSIDADE DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM IGREJAS


"Pois, qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem, comecem a escarnecer dele, dizendo: este homem começou a edificar e não pôde acabar." (Lucas 14: 28). 

Quando se trata de igreja, imagina-se na maioria das vezes o templo, espaço físico e organismo espiritual com membros que prestam culto a Deus, e propagam o evangelho de Jesus Cristo. No entanto, percebemos que poucos atentam para o caráter organizacional de uma instituição religiosa; motivo pelo qual, muitas igrejas ignoram a necessidade de cumprir seus deveres e obrigações civis vigentes em nosso país.  
As organizações religiosas, assim como as empresas, administram recursos, e buscam eficácia na realização de suas atividades.

Para que isso aconteça, deve haver planejamento estratégico, tático e operacional; que realizado por pessoas qualificadas, evitará dificuldades aos seus líderes e membros, e permitirá estabelecer prioridades, direcionamento e controle, para o atingimento de seus objetivos, de forma eficiente e eficaz. 

Compreendemos que a condução espiritual da igreja sempre será norteada pelo Espírito Santo de Deus, e isso relaciona-se ao organismo, entretanto, como organização, a condução sempre estará sob a responsabilidade de seus líderes, os aspectos sociais e econômicos da igreja. Portanto, não se deve mais admitir uma administração precária baseada no improviso. 
Baseado nesta afirmação, a igreja precisa realizar sua missão com eficácia, implantando uma gestão, por líderes capacitados, que apliquem seus conhecimentos na utilização de ferramentas realizem planejamento, delimitando departamentos, implementando controles internos que resguardem seu patrimônio e pratique uma administração com lisura de acordo com os princípios legais e da ética cristã. 

A gestão eclesiástica requer de pastores e líderes, decisões de alta complexidade, pois, além das funções espirituais; envolve departamentos direcionados às áreas sociais, patrimonial, contábil, jurídica e afins. Tornando-se um grande desafio que requer conhecimento pastoral e dogmático que tange a área eclesiástica; contudo, perpassa pelo papel de administrador, devida à sua complexidade.

Neste sentido, a Bíblia (1 Pedro 4: 10) orienta: “Conforme cada um recebeu um dom, use-o ao servir os outros como bom administrador da bondade imerecida de Deus, que é expressa de vários modos”.

Para constituir um líder espiritual, exige-se que o candidato seja vocacionado para o ministério pastoral, e conheça bem as doutrinas e regimentos de sua igreja; no entanto, cabe a este líder administrar patrimônio, dinheiros, e os diversos bens da igreja; de tal modo, que seja necessário a este; qualificações técnico-administrativas, para planejar, organizar, dirigir e controlar todos os recursos da igreja de forma eficaz.

A (Êxodo 18: 21-24) apresenta o conselho de Jetro, que ao perceber as dificuldades de Moisés em atender ao povo e julgar suas demandas:

"E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez; para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave tragam a ti, mas todo negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás, então, subsistir; assim também, todo este povo em paz virá ao seu lugar. E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro e fez tudo quanto tinha dito."

Percebe-se nesta instrução o estabelecimento de uma estrutura hierárquica, conforme a capacitação de cada líder, de modo a atender às necessidades do povo. 

Segundo Chiavenato (2014, p. 162) “a hierarquia representa a distribuição da autoridade e da responsabilidade entre os diversos níveis da estrutura”.

Ainda que as igrejas sejam organizações religiosas sem fins econômicos, necessitam delegar funções administrativas, as pessoas qualificadas, que conheçam ferramentas disponíveis, que envolvam planejamento, controle, administração de recursos, patrimônio, tecnologia, de modo a otimizar processos, dando melhor fluxo à atividade final.

Continua

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