(Pr.
Célio de Almeida Theago — 23/03/2020)
E aconteceu que, tirando-os fora, disse: escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti, e não pares em toda esta
campina; escapa lá para o monte, para que não pereças. E Ló disse-lhe: ora,
não, meu Senhor! Eis que agora o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e
engrandeceste a tua misericórdia que a mim me fizeste, para guardar a minha
alma em vida; mas eu não posso escapar no monte, para que porventura não me
apanhe este mal, e eu morra. Eis que agora aquela cidade está perto, para fugir
para lá, e é pequena; ora, deixe-me escapar para lá (não é pequena?), para que
minha alma viva. E disse-lhe: eis aqui, tenho-te aceitado também neste negócio,
para não destruir aquela cidade, de que falaste; apressa-te, escapa-te para
ali; porque nada poderei fazer, enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se
chamou o nome da cidade Zoar. Saiu o sol sobre a terra, quando Ló entrou em
Zoar. (Gênesis
19:17-23).
ESCAPA-TE POR TUA VIDA
Ló escolhera as verdes campinas do Jordão para
“prosperar”, mas agora, teria que deixar tudo para trás... o seu novo objetivo
agora, seria “salvar apenas a sua vida”. Quantas vezes sofremos as
consequências de nossas próprias escolhas? Ló pensara que o melhor lugar para
criar sua família, seu gado, seus empregados, seria nas “verdes campinas”.
Talvez de forma egoísta pensou em tirar vantagem, embora seu Tio Abraão tenha o
permitido escolher para aonde ir; Ló, vislumbrando uma perspectiva de abundância e prosperidade, seguiu com sua família, e todos os seus pertences, deixando que
seu tio permanecesse em uma terra aparentemente árida e infértil.
Mas Ló ignorara as promessas que fizera a
Abraão; razão pela qual Abraão o concedera escolher primeiro, pois Abraão tinha
convicção plena que Deus o levaria à terra prometida.
Muitas vezes, como Ló pensamos estar fazendo as
melhores escolhas, levados pela nossa cobiça, que é guiada por aquilo que
contemplamos com os nossos olhos. De repente, percebemos que a nossa escolha,
que deveria nos levar a uma vida de abundância e prosperidade; nos leva à ruína. A Palavra de Deus afirma: “há caminhos que ao homem parecem
ser bons, mas no fim são caminhos que conduzem à morte”. (Pv. 16:25).
Assim aconteceu na vida de Ló; agora deveria
abandonar a posição que escolhera, apenas por vista, e sem a orientação de
Deus. Que notícia terrível! Deus vai destruir tudo, seu gado, seus bens, sua
riqueza (por causa da sua desobediência); você terá o direito de salvar somente
a tua vida!
NÃO OLHES PARA TRÁS
Percebemos que Ló, para definir a sua direção,
levantou os olhos e enxergou as verdes campinas do Jordão, e assim, decidiu
habitar naquele lugar. Agora, a ordem era: “Não olhes para trás...” Ló
não teria mais o direito de olhar para aquele lugar; pois assim como fora
atraído e iludido, por uma visão puramente humana; agora, não deveria voltar os
seus olhos para lá, de modo a salvar a sua vida e de sua família. Olhar para
trás poderia despertar o desejo de ficar, ou despertar saudades de seus bens,
suas riquezas, ignorando o perigo iminente. Razão pela qual, não deveria olhar
para trás.
NÃO PARES EM TODA A CAMPINA
O lugar que Ló escolhera, agora não serviria
mais para abrigar sua família; as verdes campinas do Jordão. Deus conhecia o
coração de Ló, suas escolhas, suas ambições; sabia que ele fixara suas raízes
naquela terra, embora, corrompida e rejeitada por Deus.
Muitas vezes somos iludidos por aquilo que
vemos, e deixamos de perceber que Deus tem algo muito maior e mais sublime do
que aquilo que vemos. Abraão não se importou, quando o seu sobrinho escolheu o
“lugar melhor” para se viver; pois, confiava nas promessas do Deus que o chamou
e disse: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para
a terra que eu te mostrarei. (Gênesis 12:1). Enquanto Ló, era guiado
por aquilo que via, Abraão, era conduzido pela fé, de que quando chegasse o
momento certo, Deus o mostraria a terra.
Abraão permanecia em seu lugar, uma terra
aparentemente ruim, conhecendo os planos de Deus, e em intercessão; enquanto Ló
fugia apenas com suas filhas, uma vez que sua mulher não obedecera às ordens de
Deus, e tornara em uma estátua de sal. Que situação deplorável... saiu para as campinas, acompanhado de sua mulher, filhas, empregados e, repleto de bens;
agora escapando, deixando para trás todos os seus pertences em Sodoma e
Gomorra; e para piorar, sua mulher ficou pelo caminho.
ESCAPA-TE PARA O MONTE PARA QUE NÃO PEREÇAS
Mesmo perdendo tudo, Ló ainda conservava a altivez
em seu coração, que o levara à ruína. Se fazendo de desentendido às ordens de
Deus, Ló avista uma pequena cidade, chamada Zoar, e diz: “assim não,
Senhor!” ... Tenho medo de ir para o monte e morrer!
Meditemos, não foi Deus que ordenou que escapasse
para o monte, para que não viesse a perecer? Qual seria o problema de Ló?
Não confiava suficientemente que Deus poderia o
livrar de seus inimigos?
Percebemos que Ló, embora tenha convivido por
tanto tempo com Abraão, o pai da fé, não conhecera de fato o Deus de Abraão!
Ló negocia com os mensageiros de Deus,
preferindo Zoar, e sob a permissão de Deus, habita naquele lugar. Muitos não
compreendem a diferença entre a “vontade” e a “permissão” de Deus. Nem tudo que
está dando certo, tem a aprovação de Deus, uma hora a situação muda, e aquilo
que parecia ser bom, ou certo, torna-se em grande ruína, acompanhada de perdas
irreparáveis.
As escolhas, que aparentemente eram corretas
para Ló; o levaram a decisões erradas, e como consequência o fez perder tudo
que possuía, inclusive sua esposa. Ló preferiu habitar em “Zoar” (lugar
pequeno, insignificante), mas acabou
em uma caverna com suas filhas que o embebedaram e praticaram incesto, fazendo
dele (Ló) pai de duas nações, os Amonitas e os Moabitas; que embora fossem
parentes de Abraão, tornaram-se inimigos do povo de Israel.
CONCLUSÃO
Toda a nossa vida é dirigida pelas nossas
escolhas, começando principalmente na nossa juventude. Observamos que Ló não
teve dificuldades para habitar nos limites de Sodoma, mas agora, estava difícil
separar-se de Sodoma, queria ficar mais perto; fato que o levou a completa ruína.
Salomão em Pv. 29:20, diz que “a
precipitação é loucura, e leva à ruína”. A escolha, precipitada de Ló, em
desobedecer às ordens de Deus o levou a uma grande crise.
O que fazer quando nos deparamos com a
oportunidade de escolher os destinos de nossas vidas?
Devemos como Abraão, confiar em Deus e suas
promessas. Renunciemos, pois, as nossas próprias ideias e convicção, e estejamos
dispostos a fazer aquilo que o Senhor determina.
E se fizermos uma escolha errada? Reconheçamos
nossos erros perante Deus e confiemos que Ele nos conduzirá e nos livrará de
suas consequências.
Amém!