sábado, 9 de abril de 2011

O DOM DE PERDOAR

PORQUE DEVO PERDOAR?


“... Perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos... (Mt 6.12)

Deus requer, de nossa parte, que perdoemos ao próximo as ofensas que nos fez. É por isso que nos faz dizer: assim como nós perdoamos os nossos devedores. Se agirmos de outra maneira, Deus não nos perdoará. Ao perdoar a teu próximo o mal que te fez e a seu pedido teus pecados ser-te-ão perdoados. O homem guarda sua ira para com outro homem e pede a Deus remédio? Não tem compaixão de um homem seu semelhante, e pede perdão de seus pecados? Sendo carne, conserva rancor e pede propiciação a Deus? Quem lha alcançará por seus delitos? Perdoai, (Lc 6, 37), e ser-vos-á perdoado.

Podemos observar que neste quinto pedido do Pai Nosso o Senhor nos põe uma única condição: perdoe o outro. Se assim não fazemos, não seremos perdoados. Foi o próprio Jesus Cristo que compôs esta oração. Portanto, quando alguém quer que seus pecados sejam perdoados e não perdoa aos outros não estaria tentando enganar a Cristo? Mas certamente não o enganareis. Cristo compôs esta oração e dela se lembra bem; como podeis enganá-lo? Portanto, se dizes com a boca, confirmai com o coração.

Perdoar para o cristão não é uma opção, mas uma obrigação. Jesus no sermão da montanha declara: “bem aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia...” (Mt 5:7).

Finalmente, o perdão de Deus pela dívida do pecado de alguém depende da atitude dessa pessoa quanto a perdoar aos outros. A única atitude aceitável é a de Deus e Cristo. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15).

Quando um cristão ofendido deixa de estender o perdão a outro, ele deixa de exemplificar a imagem de seu Senhor. Ele mesmo foi perdoado por Cristo quando se submeteu ao evangelho. Quando Pedro perguntou a Jesus quantas vezes tinha que perdoar seu irmão que peca contra ele, Jesus respondeu: “até setenta vezes sete” (Mateus 18:22). Jesus, além disso, ilustrou com a parábola do servo injusto a importância de perdoar aos outros. Este servo injusto recebeu o perdão de uma grande dívida para com o seu senhor, mas quando chegou sua vez de perdoar um camarada que estava em débito para com ele, meteu-o na prisão, em vez de perdoá-lo. Quando o senhor soube do que tinha acontecido, pediu a presença do servo injusto, chamou-o de perverso e incompassivo e, por causa da raiva dele, entregou-o aos torturadores até que pagasse tudo o que devia.

Ao perdoarmos ao outros estamos demonstrando a nossa gratidão a Deus por ter nos perdoado de nossos pecados e nos livrado da condenação eterna através da morte vicária de Jesus Cristo na cruz do Calvário. A palavra grega para pecado, em Mateus 6:12, significa literalmente “dívida”. Porque quebramos a lei de Deus, temos dívidas com Ele que jamais poderemos ressarcir. Se pedirmos a Deus que perdoe nossas dívidas enormes, enquanto recusamos perdoar as pequenas dívidas que as pessoas têm conosco, estaremos agindo, na melhor das hipóteses, de maneira inconsistente e, na pior das hipóteses, de maneira hipócrita. Talvez você possa questionar: como perdoar uma pessoa que me fez um mal de conseqüências irreparáveis? Mas foi isso que Deus em Cristo fez por na cruz, usando a sua longanimidade (Rm 3:25). O apóstolo Paulo declara “Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm 5:7-8).

Em Isaías 55:7 diz que Deus é grandioso em perdoar. Então, eu, como uma filha dele, devo ser assim como Ele é: bondoso, amoroso e perdoador. Devo ter um coração cheio de perdão assim como Ele tem.

"Errar é humano; pedir perdão revela altruísmo/nobreza, e, até, obediência a Deus; perdoar mostra que somos filhos de Deus" (Autor desconhecido). Se perdoar fosse fácil, as coisas no mundo seriam totalmente diferentes.

Efésios 4.32 - Antes sedes bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.

Colossenses 3.13 - suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também.

Você perdoa facilmente os que te ofendem ou magoam? É necessário encararmos esta realidade, e com toda sinceridade, todos os ressentimentos que estivermos abrigando contra alguém. O perdão vertical (no relacionamento com Deus) só poderá ser alcançado se praticarmos o perdão horizontal (no relacionamento com o homem). Isto não pode ser esquecido. E para que estejamos motivados a perdoar basta que meditemos sobre como Deus nos perdoa e na medida em que enxergarmos o perdão divino a nós dirigido, também teremos capacidade para perdoar os outros. Não podemos inverter a ordem das coisas pensando que o perdão ao semelhante é a base para o perdão divino. A dinâmica do perdoar exige capacidade de amar. O amor sim é o que nos capacita a perdoar e nele encontramos as condições para exercer a reconciliação quando somos os ofensores e o perdão quando somos os ofendidos. A responsabilidade cristã de perdoar não está limitada por um número de vezes e o Senhor fica indignado quando nos esquecemos do perdão que Deus nos oferece e não nos dispomos a amar o semelhante através do gesto do perdão.

Negar o perdão é uma atitude hipócrita e Deus não ouvirá a oração de um hipócrita. Muitos preferem continuar guardando o rancor, na esperança de que Deus não levasse em consideração a sua desobediência. Ninguém esqueça de que o perdão deve ser sincero e de coração. Deus não aceita perdão dos lábios para fora. O perdão deve ser incondicional. Nada de dizer: - Eu perdôo fulano, mas ele que fique lá no seu lugar e eu no meu; eu perdôo fulana, mas não quero conversa com ela; não participo do seu grupo; não me sento perto dela, etc. Vejam quão bonito exemplo Jesus nos deu da cruz, Seu último púlpito: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas 23.34). E quando disse a Judas Iscariotes, depois do beijo da traição: “Amigo, para que vieste?” (Mateus 26.50).

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