segunda-feira, 20 de junho de 2011

SOMOS SERVOS DE DEUS OU DE NÓS MESMOS?

Texto Bíblico: “cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus que Ele comprou com o seu próprio sangue”. (Atos 20:28).

Contexto: o Apóstolo Paulo chegando a Mileto (cidade grega, mas que não ficava na Grécia propriamente dito, e sim no território que hoje em dia pertence à Turquia. Entre a Turquia e a Grécia está o mar Egeu, que é repleto de ilhas. Mileto é hoje a península da Anatólia), convocara os presbíteros de Éfeso para dar-lhes instruções e se despedir deles, pois estava indo para Jerusalém e tinha consciência de que não os veria mais.

Obrigações de um verdadeiro Pastor

  • Amar o rebanho de Deus: o texto de Atos 20:28; 1Pe 1:18, 19; nos informa que a igreja é de Deus e que Ele a comprou com o Seu próprio sangue. O Apóstolo Pedro (1 Pe 5:2-4), nos instrui de como devemos proceder diante da responsabilidade de apascentar o rebanho de Deus, que é o Sumo Pastor que requererá de nós no dia em que Ele nos chamar.
  • Ser o exemplo do rebanho: muitos pastores se esquecem que também são ovelhas e sendo ovelhas precisam cuidar de si mesmos (1 Tm 4:15-16; Rm 1.32; 2.21-23). Antes de pregar a palavra a outras pessoas, o pastor necessita pregar para si primeiro, o seu sermão deve combinar com suas atitudes, seu caráter. “O melhor sermão é aquele que eu posso pregar para mim mesmo” (H. D. Lopes, De pastor A pastor).
  • Ser idôneo, imparcial, digno de confiança, bondoso: (Rm 15:14; 1 Ts 5:10,11; 1 Tm 6:11-20). A pior constatação de uma ovelha é quando ele descobre que o seu pastor não é confiável, mal acaba de sair do gabinete pastoral e toda a congregação fica sabendo de fatos que não deveriam ser revelados; ou então descobrir que seu pastor não é imparcial, possui “um peso e duas medidas”, age “de acordo com a cara do cliente”. O rebanho de Deus precisa confiar em seus líderes. Lembrem-se de que temos obrigação de servir a todos. "Condescendei com o que é humilde"(Rm 12.16). Não sejam alheios aos pobres do seu rebanho, pois eles poderão entender seu afastamento como sinal de desprezo. A amabilidade exercida com motivos santos produz abundante bem.
  • Ser defensor da sã doutrina: ( 2 Tm 1:13; Tt 2:1). O verdadeiro pastor do rebanho de Deus não adere a modismos ou inovações dos tempos atuais; Ele preserva a sã doutrina a qualquer custo, pois é cônscio da responsabilidade que lhe foi outorgada pelo Sumo Pastor. Alguém já definiu muito corretamente que o trabalho de um pastor é confortar aqueles que estão aflitos e afligir os que estão em conforto. Embora deva tentar manter um bom relacionamento com sua congregação, ele não é chamado para ser um político. Como disse o apóstolo Paulo em Gálatas 4:16: "Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?" Muitas igrejas hoje se tornaram clubes sociais e seus pastores são apresentadores, oradores especializados em motivação humana e pseudopsicólogos.
  • Ser um estudioso da Palavra de Deus: (2 Tm 2:15; 3:15-17). Não há nada mais vexatório do que um pastor que desconhece a Bíblia Sagrada. O pastor do rebanho de Deus necessita conhecer profundamente o seu Senhor, a sua palavra. Como eu posso ser representar alguém que eu seque conheço? Só se adquire intimidade com Deus através do estudo da sua palavra e um diálogo constante com Ele. Para um pastor vocacionado o que ele precisa é pregar a Palavra de Deus; não contar anedotas, falar sobre os livros que leu na semana e fazer comentários políticos sobre o meio ambiente ou sobre o governo (1 Cor 2:1-2).
  • Buscar constantemente o crescimento espiritual, intelectual e como ser humano: A espiritualidade de uma igreja se mede pela de seu pastor; se os crentes não oram, não estudam a palavra de Deus, são meninos. Talvez estejam se espelhando na vida de seu líder (2 Pe 1:5-10). É necessário que o homem de Deus tenha conhecimento da Palavra de Deus, conhecimento secular, sabedoria e principalmente humildade para saber aprender mais de Cristo.
  • Não ser “amante” do dinheiro: Sabemos que necessitamos do dinheiro para muitas coisas nesta vida. O amor ao dinheiro torna o ministério num mero trabalho ou ascensão na carreira profissional. Pregação, alcance de almas, aconselhamento e visitação não serão mais feitos sob a coação do chamado divino. As tarefas ainda são feitas, mas numa forma rotineira e forçada, destituída de um senso do chamado do Espírito Santo. A enganação está aumentando e muitas ovelhas de Deus estão sendo exploradas por charlatães disfarçados de ministros do evangelho. Quantos de nós nos encontramos mais na casa dos nobres do que no lar dos pobres — quem mais precisa de nossa ajuda? Há, entre nós, muitos que considera uma indignidade o passar o dia com os mais necessitados para instruí-los no caminho da vida e da salvação. Seríamos responsáveis apenas pelas almas dos ricos! Que tão grandes feitos temos realizado para que nos orgulhemos tanto? Aprenda alguns critérios bíblicos para discernir um homem de Deus de um alpinista social (1 Tm 3:1-7; 2 Tm 6:6-10).
  • Não ser precipitado em agir: A precipitação na maioria das vezes nos faz tomar decisões erradas que refletirão pelo resto de nossas vidas e, por conseguinte, das pessoas que nos rodeiam. Às vezes aceitamos acusações contra nossos companheiros de ministério sem nenhum critério, ao invés de buscar a verdade tomamos partido, envolvemos em questões alheias, causando prejuízos irreparáveis à obra de Deus (1 Tm 5:19-21). Jesus em seu sermão da montanha disse: “Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5:7) o Apóstolo Pedro nos ensina acerca da misericórdia (1 Pe 3:8-18).
  • A igreja é o corpo de Cristo, quem a despreza, despreza o próprio Cristo: Não se esqueça que o preço da igreja de que cuidamos é o próprio sangue de Cristo (At 20.28). Toda vez que olharmos nossas congregações e nos lembrarmos, com gratidão e fé, de que fomos compradas pelo sangue de Cristo, consideraremos com maior interesse e afeição os objetos do nosso trabalho. Imaginem que confusão será para um pastor negligente, no último dia, ter o sangue de Jesus Cristo testificando contra ele, e a voz do Mestre soar: "Aqueles aos quais você desprezou, foram comprados com meu sangue, o mesmo pelo qual você crê que será salvo!". Irmãos, o sangue de Cristo intercede por nós - que ele nos induza ao dever, para que não nos condene.
  • Não ser orgulhoso ou soberbo: Um dos pecados mais hediondos e palpáveis é o orgulho. Outro mal, igualmente pecaminoso, é que muitos homens valorizem demais as próprias opiniões, criticando diferenças mínimas esposadas por outras pessoas, agindo como se diferenciassem do próprio Deus. Esperam que todos se conformem ao seu juízo, como se reinassem sobre a fé da Igreja. Muitos deles denunciam a falibilidade papal, desejando serem, eles mesmos, papas infalíveis aos quais todos deferem. Exibem modéstia, pretendendo que suas razões sejam evidências da verdade às quais esperam que os homens concordem. O orgulho obriga muitos de nós a pensar que todo aquele que não nos admira nos condena. Além disso, queremos tanto que admirem o que dizemos; que tentamos submeter o juízo das pessoas aos nossos erros mais palpáveis. Somos exageradamente sensíveis; uma pessoa mal nos toca, e sentimo-nos feridos. Somos tão altivos que uma pessoa menos hábil nas artes do elogio não saberá como atingir nossas expectativas fugidias sem que haja uma palavra ou omissão a que nosso espírito se apegue, tomando-a como injuriosa.
  • Quando julgamos, condenamos ou criticamos precipitadamente alguém, muitas vezes assumimos sem notar a posição de Deus.


Chamamos Jesus de Senhor, mas na verdade, servimos a nós mesmos.

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